domingo, 4 de abril de 2010

Efeito Borboleta II... e meio!

Acrescenta-se “meio” e temos uma continuação… o passo seguinte para facilitarmos este projecto do Centro Comunitário terá íntima ligação com os Pintos iniciais mas com características bem diferentes.
“Branco é, galinha o põe. Qual é coisa qual é ela?”
… Ovos!! Ou melhor: Galinhas Poedeiras!!
Só que estas são finas e vão viver num belo anexo (como podem ver na imagem, já construído e preparado para as Damas). Além de que são estrangeiras e por isso prometem! Podem ser louraças ou de pena escura, a incógnita mantém-se até à sua chegada já que vêm da vizinha África do Sul, terra conhecida pela sua enorme riqueza na diversidade.
Podia entrar no “porquê Galinhas Poedeiras” com um discurso exuberante de esquemas lógicos ou de plena abstracção, sentia até um certo prazer em dar livre uso à pena (à tecla, digo) mas podia cair em fáceis demagogias… a verdade é que a razão é simples. As Galinhas Poedeiras dão desculpa ao pleonasmo: põem ovos que se fartam! Melhora-se a alimentação das crianças do Centro, podem-se vender ou transformar em Pintos. No fundo esta capoeira constitui e representa o que já suspeitava há muito: guarda em si a pura ideia, engrandece, é razão de vida. E combate todos os que defendem o não pensar… afinal o que ando a fazer por cá não é mais do que aplicar… a mais pura Filosofia.

Entretanto apresento-vos a evolução:

Os pintos já são franguitos encantadoramente feios, como se pretende!
Na altura da pose para a foto tinham 17 dias!


Curiosidade. É tão natural. E se estiver abafada por necessidades mais urgentes depende de nós fazer com que não morra.
A mim comove-me.
E dá-me alento.

(mais um passo foi dado...)

16 comentários:

  1. E que grandes passos ...
    Se aos passos somar a terra percorrida, os projectos semeados, a partilha na construção de alicerces, a ternura e esperança de os ver crescer, então só posso concluir que tens uma alma de gigante, uma mente brilhante e um toque especial.
    Cá estarei à espera dos teus desafios
    Manel

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  2. Mas os pintos estão realmente tão feios!!
    Devem estar "naquela idade" de adolescentes!
    Mas vão crescer e ficar belos galos e galinhas.
    Mas essa tua ideia das galinhas poedeiras é
    boa (se eu achasse mal é que seria de estranhar). E espero que venham alguns galos,
    para não ser preciso comprar tantos pintos.
    Lá estou eu com a eterna mania de brincar com coisas sérias!!!
    Vê-se logo que o meu forte não são pintos, mas
    sim porcos !ehehehe (nem uma coisa nem outra
    porque eu sim nasci no mato, mas sou tipicamente citadina). Vá-se lá perceber as pessoas.
    Mãe

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  3. «Os pintos já são franguitos encantadoramente feios, como se pretende» é lindo! Eh, eh... E a curiosidade dos miúdos das fotografias é igualmente muito boa. Melhor só mesmo são as «cenas que se seguem» da história... dessa que vais fazendo aí.

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  4. Manel, Mãe e Nuno:
    Meus queridos resistentes!! Se fosse por estas bandas diria que um rato roeu a relíngua dos recomentadores deste reblogue! (os ratos deste lado roem mais fios de internet!)ehehehe!
    Obrigada pelo apoio! Manel: pelo constante carinho e por acreditares que posso não parar por aqui. Mãe: por isto, por aquilo e pelo que ainda vier. Nuno: pelo ar tão fresco.
    E os beijos são para todos.

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  5. Galinhas poedeiras, que óptima ideia.
    Ainda por cima os filhotes são tão lindos... não são como "certos e determinados" pintos...
    A Manel ,(que não conheço ) é mais facciosa que
    nós, sangue do teu sangue...(se é que é possível...)
    Beijinhos

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  6. PS
    Quando eu e a Nanda eramos miúdas, entrámos na
    capoeira das galinhas poedeiras e pegámos num pintainho lindo de morrer . A mãe galinha começa a correr e VOAR atrás de nós ás bicadas nas pernas.
    Quanto mais nós fugíamos pelo capim fora, mais ela nos atacava. Até percebermos que ela pensava que estavamos a raptar o filhote. Quando o pusemos no chão, tínhamos as pernas quase em carne viva... Claro que apanhámos umas palmadas valentes da nossa Mãe, por termos mexido onde não devíamos ...
    Não conhecias este episódio, pois não?

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  7. Pois, eu também sou do tempo (há que tempo), que o nosso entretenimento era correr atrás das galinhas, pegar nos pintainhos (que macios!)e apreciar como estes eram guardados pela sua mãe!E "pumba" uma picada! Ainda estou a sentir(reflexos de Pavlov).
    E agora? Com que se entretêm as crianças? O que as faz crescer...Dá para pensar!
    Clarinha, estás "noutro Mundo". Aproveita.

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  8. Num outro Mundo talvez ainda em estado "bacteriologicamente" puro, despido de preconceito e de desumanidades. Paradozalmente, um Mundo sofrido mas também de esperança.

    Citando o poeta
    angolano Jorge Macedo
    ...
    "Sonhar sonhando,
    sem cobiça,
    sem pólvora, sem sangue,
    sem ódio,
    sem ferir o mundo."
    ...

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  9. Céu:
    Deve ser daí que vem a frase "mãe galinha"! Fico feliz por não vos ter apetecido brincar com crias de javali, ou de leão, ou de elefante! ehehe!
    (esses episódios que contas são sempre estranhamente familiares)
    Beijos

    Lurdes:
    Agora as crianças têm outros entretenimentos! (por aí, porque por cá há piões, aros de bicicleta, latas... não me parece que a falta de brinquedos lhes dê assim tanta felicidade...). O tempo muda mais rápido que nós, suponho. Choca-nos que agora se aprenda a escrever no computador ou a fazer contas só com máquina de calcular, mas a verdade é que as crianças de hoje conseguem fazer coisas que para nós são impensáveis! Podem é não conseguir saltar ao eixo! São os tempos que mudam. O que se passa, penso, é simples adaptação.
    Beijo grande
    (não comparo mundos, há sempre vantagens e desvantagens, o que me incomoda e altera são as escandalosas diferenças de oportunidades)

    Álvaro:
    "Sonhar [...] sem ferir o mundo.". Das frases mais bonitas que já li. Jorge Macedo... muummm... vou investigar!
    Obrigada pela partilha.
    Um beijo grande

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  10. Aquela negra

    aquela negra, de enxada em punho,
    lutando pela minha fome;
    aquela negra que jorra suores na minha sede;
    que vai de lenha à cabeça
    porque o frio me consome;
    aquela negra pobre, sem nada,
    que vende os panos para me vestir,
    que chora nas ruas o meu nome,
    aquela negra é minha mãe.

    Jorge Macedo

    (Obrigada, Álvaro!)

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  11. Eu é que me sinto obrigado a agradecer-te pelo muito que estou a aprender com a tua enorme, enorme generosidade e invulgar sentido de entrega a uma Causa tão linda.
    Obrigado Clara. Obrigado por tudo isso e por me teres dado a conhecer “Aquela negra”, talvez a mesma negra a quem Gedeão recolheu uma lágrima que tinha um ar de gota muito transparente e que depois de ensaiada não tinha nem sinais de negro,/ nem vestígios de ódio/ Água (quase tudo)/ e cloreto de sódio.

    Beijos
    Álvaro

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  12. Clarinha, já não vinha aqui com tempo há um tempo. Tenho vergonha de dizer onde estou...tenho vergonha de tanta pequena coisa...perante tantas coisas realmente grandes e com importância que aqui escreves. Como gostava de estar aí contigo. Envolvida em projectos desses, a apoiar pessoas que precisam tanto!
    Estou aqui, na Europa cosmopolita, numas férias de Páscoa cheias de conforto, e sinto-me tão mal...
    Um beijo tão grande para ti, Clarinha!

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  13. Álvaro:
    Não sei o que me tocou na altura, mas quando tinha uns 8 anos a Ida organizou uma sessão para os pais no cinema do Algés, onde treinávamos. Tínhamos uns minutos no palco, sozinhas, para fazer o que quisessemos... eu disse esse poema. Não me lembro o que me fez escolhê-lo, não o devia entender bem na altura, acho apenas que o fiz pela beleza das palavras. Obrigada por me relembrares que é precisamente assim que continuo a senti-las.
    Beijos

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  14. Vera:
    Não entendo essa vergonha...
    Mas ainda bem que falas nisso. Há muita gente que me envia mails a dizer que não comenta no blogue porque tem vergonha. Porque sentem que as suas vidas são "insignificantes" comparadas com o que ando a fazer por cá.
    Insignificantes?! Acho que se está a passar o fenómeno inverso ao que acredito. Nós não temos culpa de ter nascido na Europa. Temos sorte mas não culpa. Não podemos ter vergonha do que andamos precisamente a lutar que todos tenham. Eu também vou aos saldos, gasto dinheiro em futilidades... faz parte da vida por aí. O que acho importante é termos consciência plena de que o mundo não é todo assim, e que se tratam de pessoas. E aí, somos mesmos todos iguais, com desejos, sonhos e vontades. Só por isso merecemos ter os mesmos direitos e oportunidades.
    Podemos fazer muito. É só querer e agir. Para isso não é preciso deixarmos de ter a nossa vida.
    Boas férias! Diverte-te!
    Beijo grande.
    (já tenho a tua capulana)

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  15. Pois é, Clara! Há poetas que pela cristalina claridade com que escrevem nos transportam para espaços de beleza e de liberdade. É a musicalidade das palavras, aparentemente simples, que quase sempre nos toca e desperta a nossa sensibilidade.

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  16. Pois é, Clara! Há poetas que pela cristalina claridade com que escrevem nos transportam para espaços de beleza e de liberdade. É a musicalidade das palavras, aparentemente simples mas harmoniosa, que nos toca e desperta.

    Beijos
    Álvaro

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