segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Sem sombra de dúvida


De corpo e alma integrada na terra permito que me caiam pedaços. Não os apanho, não me desvio. Planto-me. Na esperança íntima de aperfeiçoamento.

Hoje lanço-vos um desafio: quebrem o sabor da corrente! Entreguem-se a uma vontade. Concentrem-se nela, como se quisessem habituar a vossa alma ao recorte das vossas escolhas.
Pode ser no acto mais banal. A beber uma cerveja fresca, um café, a tomar duche. Pode ser numa vontade mais criativa. Num pormenor. Num gesto de todos os dias ou no que aguardavam há muito. Apreciem esse curto momento, concentrem-se nas sensações que provoca, aproveitem-no.
Guardem-no enquanto o fazem. E depois… depois, se quiserem, partilhem-no aqui. Eu gostava…

Ter consciência de um acto, apercebermo-nos de nós, pode dar-nos uma satisfação profunda, não acham? Para mim é uma das formas de chegar à ideia mais pura: a da liberdade criativa. E seguindo apenas a força da vontade.

É assim que tenho absorvido estes dias. Inteira. Sem negar a sombra… ou a dúvida.

(Juro que não bati com a cabeça em nenhuma rocha da praia de Xai Xai… estes vestígios de “manual” Carpe Diem devem-se mais ao estar num canto quente do Sul do Mundo e ao valor que, cada vez mais, dou às coisas simples)

16 comentários:

  1. De corpo e alma... acompanho-te na tua aventura, mesmo que a maior parte das vezes não comente, estou aqui. Ao ler o teu texto... quebrei, sem dúvida, o sabor da corrente! E tento-o quebrar todos os dias.
    Muitos beijinhos

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  2. sigo em pequenos passos esta tua aventura e mais do que te ler sinto na pele a magia dos dias.transformo o quente que por aí sentes em sorrisos que me envolvem de alegria. e sinto a vida assim. alegre.

    um abraço e até já.

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  3. Quita:
    Eu sei que estás! E imagino que evites ir na corrente dos dias. Deve ser por estar longe... talvez me aperceba melhor da importância dos pequenos gestos do dia-a-dia (que por serem banais normalmente nos passam ao lado). Talvez porque por aqui não os tenha... Não sei. Talvez só o facto de estarmos mais atentos ao que nos rodeia nos faça perceber melhor as nossas sortes e vontades...
    Um beijo grande!

    Marta:
    Por acaso as tuas palavras fazem-me o mesmo!
    Beijos e abraços

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  4. Pois cá vai o meu momento do dia. Hoje faz 53 anos nasci bem mais próximo do local em que te encontras do que deste donde escrevo. Pois é, às 14h30 locais (Moçambique), 46º à sombra, a 8 de fevereiro de 1957, nascia em Chiqualaquala (procura no mapa que encontras, junto à fronteira e um pouco acima do rio Limpopo) uma menina prematura de nome Manel.
    Hoje tive a sorte de estar com a família e a oportunidade de reparar como transborda a minha vida de alegria quando nos juntamos. Conto-lhes as tuas histórias e noto um olhar ávido de abraçar um projecto como o teu, a necessidade de acreditar que também eles, um dia, irão Mundo fora equilibrando-se nas pedras do seu caminho.
    Um beijo recheado de ternura
    Até amanhã
    Manel

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  5. Que desafio! Já estive um bom pedaço a meditar.
    Idealizar um momento. Hummm. Beber um copo,
    acender um cigarro. Huummm. Estou a ir por um caminho errado ! Hummmm. Prefiro o presente. Prefiro pensar na enorme alegria que é ler um livro.
    Disse bem, ler e não escrever. Huummm.
    Já sei.... é isso mesmo! Vou deixar outros
    descreverem o momento.
    Mãe
    (Huummm é uma private joke!)

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  6. Pediste um momento, não foi....? Aquele momento. Nos últimos meses, esse meu momento passa-se 5 dias por semana, e concentro-me nele como em poucas outras coisas.
    Ouvir a porta do prédio bater à hora esperada, passos nas escadas. Páro à porta da cozinha, da sala, do quarto, da casa de banho. Onde esteja, páro e ouço. Espero o som da chave na fechadura. Ouço-o, sorrio, e ouço a porta abrir. E é aí que ele entra, ambos com o mesmo sorriso, não só nos lábios, como se diz, mas na cara toda. Sorrimos desde dentro. É o meu momento. Sinto-o sempre da mesma maneira e espero que assim seja por muitos, muitos anos.
    Será equivalente ao que se sente ao pôr-do-sol em África? É que se me concentrar mais, de certeza que consigo ouvir o mesmo som que sempre achei que se ouvia no fim do dia por toda a África :)

    Beijinhos e obrigada por escreveres.

    Prima Ana

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  7. Tive um momento maravilhoso que aproveitei com muita alegria( e tu sabes que não sou uma pessoa alegre). A ida ao cinema com a Rita... vimos o filme sempre de mão dada, e quando regressámos ela disse-me: Avó, acho que hoje foi o dia mais feliz da minha vida. Nasceu-me uma alma nova...
    Beijinhos

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  8. Olá, tudo bem?

    Vou guardar o meu momento para mais logo, quando o Sporting ganhar ao Benfica, hehhehehehe.

    Bjs

    Luís Paulo

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  9. Manel:
    PARABÉNS! Já sei onde fica Chiqualaquala! Depois destes meses de voluntariado gostava de viajar por África. Se por acaso lá passar celebrarei o teu aniversário. De forma especial. De forma que o sintas.
    Muitos beijos de parabéns! Obrigada pela partilha da tua alegria!
    Até amanhã.

    Mãe:
    Mummm... um copo e um cigarro... Lê mãe, lê!
    ehehehe

    Ana:
    Que pombinhos... Não é o mesmo som, acho. Essa paixão e o fim de dia africano... Mas melhor mesmo é juntares os dois!
    Muitos beijos

    Céu:
    As crianças às vezes desarmam-nos, não é? Imagino a tua felicidade!
    Beijo grande

    Luís Paulo.
    Normalmente quem ri por último...
    ehehehe! Ai que nervos!!!!!

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  10. Não há ninguém perfeito, oh clara benfiquista.... nem quero falar no jogo de logo, esquece... quanto à tua ideia de sentirmos um momento, só te posso dizer que para mim essa é uma luta constante, eu tenho uma vida monótona, casada com dois filhos, casa - trabalho - trabalho - casa, tás a ver o filme, não é??? mas sim eu tento viver os meus momentos, por exemoploo quando vou para a minha aula de natação, é fantástico sou só eu e a água ( e os gritos do professor, tipo acorda magda)... mas sim acho que se deve tirar um momento por dia, ou por semana para se sentir, só isso, seja o que for... mais uma vez obrigada pela tua escrita.
    beijos
    magda

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  11. Pois é, conseguiste encontrar as moléculas do tempo... são momentos de eternidade, é dessa forma que a nossa vida se torna infinita... agora que o descobristes ganhaste o poder de aceder à eternidade sempre que o desejares... afinal era simples, mas é preciso um lugar especial para o descobrir.

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  12. Uiii! :)
    Eu não estou à altura de responder ao teu desafio! Por escrito (entenda-se).
    Quanto aos momentos... faço por os ter, sentir e curtir!
    Mas ficam cá dentro! (Embora por vezes sejam partilhados)
    A vida faz muito mais sentido se os soubermos aproveitar!
    Fica bem!
    Beijo
    Mizé

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  13. Magda:
    Se as minhas imperfeições se concentrassem apenas nos meus gostos clubísticos...
    O que é difícil (mas fácil) é apercebermo-nos dos actos diários. Não me parece que tenhas uma vida nada monótona, casada com dois filhos!! Deves ter tantos momentos geniais durante o dia. É só estares atenta.
    Percebo perfeitamente o que sentes na piscina. O ano passado sentia todos os dias isso no curto caminho casa-escola. (momentos deliciosamente sós)

    Alf:
    Às vezes (quase sempre) por muito que nos digam temos que descobrir sozinhos. E era mesmo tão simples...
    Beijos

    Mizé:
    Tenho a certeza que fazes por tê-los! Partilhá-los, para mim, parece apenas que o completa.
    (e também guardo tantos nos meus recantos...)
    Muitos beijos

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  14. Olá Clara,
    Uma outra experiencia gira é fazer as coisas ao contrário, ou seja, lavar os dentes com a mão contrária, fazer um caminho para o trabalho diferente, guardar as chaves noutro bolso, estacionar o carro noutro sitio. É muito interessante ver como é dificil fazer essas coisas simples, mas de uma forma diferente, pôr o cérebro a trabalhar e o coração a sentir.
    Eu a semana passada consegui convencer o meu marido a trocar o lado da cama, tem sido giro pois todas as manhãs tiro uns boxers da minha gaveta da cabeceira e olho par o lado e o meu marido tirou uma das minhas cuecas, acabamos por dar umas gargalhadas e continuamos a nossa vidinha, mas pelo menos começamos o dia a rir.
    beijos para ti e para esta tua familia e amigos que te apoiam.
    Magda

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  15. Magda:
    Genial!! Espero que entretanto troquem novamente de roupa interior e não levem a experiência até ao fim!! ehehe!
    Eu costumo fazer isso (agora até faço sem querer, ao guiar do lado contrário!). Gosto de comer a sopa com a outra mão, escrever com a outra mão e um dia fiz a maior estupidez de todos os tempos: travei com o pé esquerdo. Nunca, mas NUNCA mesmo façam isso. Se tiverem a triste ideia de experimentar façam-no sozinhos, a uma velocidade muito baixa e sem nenhum carro por trás. É mesmo muito violento.
    Beijinhos. Adorei a tua partilha!

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  16. Por isso é tao valioso e importante tratar um doente como limpar uma sanita...ambas as tarefas devem ser feitas com amor e consciencia...http://percursosme.blogspot.com

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